Especialistas explicam como estratégias de Personal Branding podem ser usadas em todos os níveis da empresa para retenção de talentos e desenvolvimento de reputação positiva.
A confiança está intimamente ligada à competência e ética das instituições. Dados do Edelman Trust Barometer 2020 revelam que, na construção da confiança, as instituições devem levar em conta não apenas o que fazem, mas “como” fazem. Essa conclusão é reforçada pelo Edelman Trust Management, ferramenta que monitora os índices de confiança de empresas em tempo real. Ao analisar 40 companhias globais no último ano, constatou-se que fatores relacionados à ética (integridade, propósito e confiabilidade) geram 76% da confiança de uma empresa, enquanto a competência responde apenas por 24%.
“Vivemos um momento em que marcas pessoais estão se profissionalizando enquanto marcas corporativas se humanizando, e entender que a reputação de um negócio se constrói com base em promessas e entregas, relacionamento entre colaborador e cliente, discursos e práticas, é fundamental”, enfatiza a especialista internacional em Personal Branding, fundadora e sócia da Youbrand.Company, Daniela Viek. Segundo ela, para gerar a confiança necessária na empresa, é necessário atuar em todos os níveis da organização, e não apenas no alto escalão. “Manter a reputação de um negócio não é responsabilidade apenas do CEO, mas de todos os envolvidos no processo. Não adianta a empresa investir em marketing e perder o cliente no suporte, por exemplo. O que um colaborador fizer no universo online pode comprometer a imagem de uma organização e até levar a perder negócios. Por isso, a conscientização do enlace entre marca pessoal e marca corporativa é crucial para os novos desafios mercadológicos que vivemos”, aponta.
Henrique Alexandre, também sócio-diretor da Youbrand.Company, acrescenta que o desenvolvimento de estratégias de Personal Branding dentro das grandes corporações pode auxiliar na harmonização entre os conflitos geracionais no ambiente de trabalho neste “novo normal”. Além disso, tem como consequência a retenção de talentos, e a construção e manutenção de uma reputação positiva – dos profissionais e da própria organização.
Impacto da marca e das pessoas
Um exemplo desses resultados é a Olin, fabricante americana de produtos químicos com 130 anos de história, que contratou a consultoria da Youbrand.Company para trabalhar o impacto da marca e das pessoas no negócio, após completar cinco anos na América Latina. A diretora de Recursos Humanos e Comunicações da Olin para a América Latina, Maria Lucia Marra, cita entre os resultados alcançados a reflexão ativa e contínua sobre o impacto da marca pessoal na confiança, credibilidade e reputação.
Os consultores tiveram a oportunidade de trabalhar o tema no Brasil com a alta liderança, todos os colaboradores da unidade em São Paulo e depois também foram convidados para desenvolver ações na unidade na Cidade do México com o time daquele país. “Os exercícios realizados trouxeram muita informação valiosa, uma forma simples e rápida da liderança conhecer o perfil da organização e como a sua população enxerga o negócio. Independentemente de idade, posição e negócios em que porventura estejamos inseridos, todos nós precisamos entender a importância do Branding”, afirma Maria Lucia. Ela lembra que todos somos CEOs das nossas próprias empresas, o que chama de “Eu Ltda”. Para ter sucesso no mercado atual, Maria Lucia acredita que a tarefa mais importante do profissional é “ser head de marketing de uma marca chamada ‘você’. Entendermos e gerenciarmos nossa marca nos permitirá relações mais autênticas”, afirma a diretora.
Henrique Alexandre explica que o Personal Branding pode ser útil em diversas necessidades: para um diretor de comunicação que quer criar uma equipe de embaixadores da marca, um gestor de recursos humanos que quer melhorar a mobilidade interna, um chefe de vendas que quer fortalecer e tornar mais eficaz sua rede de negócios, ou um CEO ou empreendedor que quer se concentrar em sua figura para fortalecer a posição da empresa e ganhar visibilidade na mídia.
Atração e retenção de talentos
Daniela Viek ressalta que uma das grandes vantagens do trabalho de Personal Branding dentro das grandes corporação é preparar a empresa para atrair e reter talentos. “Sabemos que a rotatividade é um custo para as organizações. Muitos profissionais podem se desligar de uma empresa por motivos como desalinhamento entre valores pessoais e corporativos; falta de reconhecimento e espaço para crescimento; lideranças tóxicas; sentimento de estagnação, entre outros”, aponta.
Na realidade atual, é necessário levar em conta as diferenças de gerações, crenças, propósitos e hábitos dos profissionais. “Podemos tomar com o exemplo os millenials, que buscam rápida ascensão, crescimento e reconhecimento. Como eles podem saber gerir suas emoções diante da cultura corporativa e das demais gerações pertencentes à organização e qual o impacto disso na marca pessoal e carreira dentro da empresa? É a partir da conscientização que se mudam comportamentos e resultados”, ressalta Daniela.
Fonte: youbrand.company
