Acertos de Obama e erros de Trump: O que ambos podem nos ensinar sobre estratégias de marca pessoal?

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No número 721 da Quinta Avenida de Nova York, uma das mais caras e famosas do mundo, está a Torre Trump. Em sua cobertura, vive o magnata com cabelos tingidos de loiro conhecido pelos seus gostos extravagante.

Seu nome: Donald Trump. Pré-candidato a presidência dos EUA pelo partido republicano, ultimamente, esse multimilionário polêmico declarou frases chocantes, carregadas de ódio e com o objetivo claro de chocar o mundo. Sua língua afiada e sua falta de escrúpulos fez com que Trump se tornasse uma das personalidades mais detestáveis dos Estados Unidos da América.

Sempre pacificador, o presidente Barack Obama criticou o tom dos debates lembrando que certas opiniões não são dignas dos eleitores americanos. Dono de uma marca pessoal sólida e inspiradora, o presidente lamentou os pontos levantados por Trump – que em sua opinião não levam a lugar nenhum. “Os americanos merecem coisa melhor”, declarou.

Agora vejam as diferença entre as duas personalidades. Enquanto Barack Obama transmite otimismo, integridade, maturidade e empatia, características de excelência do marketing pessoal, Trump percorre o caminho contrário. Suas declarações mostram o declínio da sua marca pessoal, mas ao mesmo tempo, para sua audiência, seu uso de mensagens negativas é fascinante. Mais do que isso: ele ama ser odiado.

Marcas pessoais podem repelir tanto quando atrair. Donald Trump é exemplo de repúdio para muitos enquanto Obama é o de admiração para tantos outros Entenda:

O que Obama e Trump podem nos ensinar sobre estratégias para marca pessoal?

Apresentador de TV, ator, fundador da Trump Entertainment – operadora de vários cassinos e hotéis pelo mundo – recentemente, Trump foi protagonista de mais de um episódio escandaloso. Xenofobia a mexicanos, preconceito contra casamento gay, questionamento sobre a vida conjugal de Hilary Clinton (também candidata à Casa Branca) e sobre a cidadania do então presidente Barack Obama estão entre os principais assuntos altamente polêmicos levantados nos debates.

O caso dos mexicanos causou comoção pública. Depois da fuga do traficante “El Chapo” em uma prisão de segurança máxima no México, o bilionário declarou que os mexicanos apenas cruzam a fronteira com os EUA para levar drogas e estupradores e propôs a construção de um muro na fronteira – que ainda deveria ser pago pelo México.

A imprensa reagiu, o governo do México reagiu, a opinião pública reagiu. Algumas empresas e produtoras de TV ameaçaram romper com o empresário (Trump é co-proprietário das franquias de Miss Universo e Miss EUA) o que implica em uma perda de contrato de cerca de 1,5 bilhão. Isso chama atenção para algo importante: pessoas patrocinadas por grandes marcas precisam tomar o máximo de cuidado com as suas palavras. Uma citação de mau gosto pode causar grandes prejuízos.

Os erros de Trump: o que o anti-heroi pode nos ensinar sobre marca pessoal

Mesmo com grandes perdas na esfera econômica, a maior perda para Trump foi a sua marca pessoal. Uma grande parte do eleitorado dos EUA é de origem hispânica. Calcula-se que cerca de 29,3 milhões de mexicanos morem no país norte-americano. Ou seja, pelo menos alguns milhões de pessoas tem uma imagem péssima do pré-candidato. Isso está inflamando discussões dentro do partido republicano: lançar sua candidatura pode ser um tiro no pé.

Por outro lado, Trump fortalece sua imagem pessoal – mesmo que negativamente – todas as vezes que denuncia, critica e repreende os outros. Primeiro porque ele fala abertamente e sem nenhuma censura, exatamente o que pensa. Usa as oportunidades para dar discursos e declarar suas ideias em alto e bom som. E as pessoas não somente ouvem, mesmo que for para odiá-lo depois, como com também o assistem e sabem quem ele é. Esses são pilares importantes na criação de uma marca pessoal consistente – mesmo que no caso de Trump sejam usados no sentido contrário.

No começo desse ano, a Revista Esquire trouxe uma reportagem que questionava: “Porque todos odiamos tanto Donald Trump?”. Para o autor, Stephen Marche, Trump é tão odiado porque todos podem xingá-lo sem receios. Mesmo que as pessoas o amem, ou o odeiem, temos que admitir que não tem como ignorá-lo.

Acertos de Obama: O que o presidente pode nos ensinar sobre estratégia de marca pessoal

Já o presidente Barack Obama trabalha com pilares essenciais para uma marca pessoal eficaz. Figura otimista, o presidente mantém uma percepção positiva sobre todos os desafios enfrentados durante seu governo. Seu discurso anual, no começo de 2015, foi recheado de palavras cheias de esperança e união. Nele, Obama estendeu a mão à oposição, em um sinal de caráter e coerência. O líder também exerce uma boa influência, constrói um clima de confiança em torno de si e faz com que os outros o procurem para encontrar soluções.

Ao reforçar outra característica marcante, a integridade, Obama fortalece sua marca pessoal através de uma boa comunicação e uma ótima retórica. Outro ponto de excelência presente no presidente americano é a empatia com os outros. Saber valorizar o trabalho de parceiros ou colaboradores é importantíssimo para a construção de uma boa imagem para com os demais. Veja se essa frase não faz dele um homem com uma marca pessoal sólida e admirável:

” Nós sabemos que o futuro do mundo árabe será determinado pelo próprio povo. Não devemos temer as mudanças. Onde a luz da liberdade brilha, todo o mundo se torna mais brilhante. É o exemplo do Brasil.”

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