Hoje, 45,6% do número de empreendedores brasileiros são mulheres. De acordo com o levantamento Global Entrepreneurship Monitor (GEM) divulgado em 2022, dos 43 milhões de empreendedores, cerca de 19 milhões são mulheres empreendedoras. O Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de empreendedorismo feminino. E o número de mulheres à frente de um negócio no Brasil é superior a 30 milhões.
A pesquisa GEM é realizada em mais de 100 países. No Brasil, é feita pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), em parceria com o Sebrae. Para a realização, foram entrevistados 2 mil adultos e 46 especialistas entre julho e outubro de 2021. O GEM considerou como empreendedorismo qualquer tentativa de criar um empreendimento, que pode ser uma atividade, uma empresa ou a expansão de um negócio existente.
Geralmente, as mulheres começam a empreender por falta de oportunidade no mercado. De acordo com o estudo, 81% apontaram que abriram o próprio negócio para “ganhar a vida porque os empregos são escassos” e “para fazer diferença no mundo”. A principal atuação é na área de serviços, principalmente os relacionados à alimentação (restaurantes, serviços de catering, buffet e de comida preparada, dentre outros estabelecimentos), comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios e cabeleireiros e de tratamento de beleza. Hoje, segundo o Instituto Rede Mulher Empreendedora, 57% dos negócios liderados por mulheres empreendedoras são do tipo MEI.
Uma outra pesquisa feita pelo Sebrae de Santa Catarina entrevistou 400 empreendedoras e 400 empreendedores no estado. O objetivo era identificar o perfil destas catarinenses. O levantamento apontou que quatro em cada dez respondem sozinhas pela renda familiar. E oito a cada dez já foram funcionárias de outras empresas antes de abrir um negócio.
Um outro ponto importante é que as mulheres também têm uma maior escolaridade. Quase 68% possuem ensino superior, enquanto dos homens a porcentagem chega a 48,8% .
Incentivar o empreendedorismo feminino e igualdade das condições de trabalho pode ajudar a aumentar a de 30% do produto interno bruto (PIB) brasileiro. É o que aponta um estudo realizado pelo Mckinsey Global Institute.
Como as mulheres empreendedoras podem usar o Personal Branding a seu favor?
A especialista em Personal Branding Daniela Viek, com 19 anos de carreira, sócia- fundadora da YOUBRAND.Company com clientes em mais de 20 países, dá algumas orientações para alavancar a imagem e reputação das empreendedoras.
“Pessoas fazem negócios com pessoas, e confiança é a ponte desta relação para que transações de negócio sejam feitas, não basta ser confiável, precisa parecer confiável, este é um atributo essencial para quem deseja ter uma marca pessoal forte no mercado que reflita em mais vendas, clientes e oportunidades, cumprir promessas é essencial”, afirma a especialista.
Daniela explica que a profissional (empreendedora) tem mais tempo de mercado que sua empresa (empreendimento) e que empresta credibilidade e reputação para seu negócio que está começando, logo, a necessidade de trabalhar a marca pessoal do empreendedor torna-se uma necessidade do negócio.
A consultora explica que um dos pontos importantes de partida é investir em autoconhecimento, descobrir quais são seus potenciais e diferenciais. Também é preciso se perguntar como comunicar a sua visão e objetivos internos, de forma que estejam alinhados com a percepção que os outros têm sobre você.
“O Personal Branding gera mais visibilidade para o profissional e esta visibilidade precisa ser estratégica, pois tem muita gente no mercado que faz muito movimento, mas em muitos casos é ruído e não progresso efetivamente”. Então, as possibilidades aumentam muito para quem dá atenção à sua marca pessoal”. Cuidar da identidade, da imagem e da reputação são o tripé essencial para a gestão da marca pessoal. Veja alguns cuidados necessários apontados pela especialista:
- Clareza é fundamental, sobre si, sobre sua proposta de valor, sobre seus diferenciais, forças e público-alvo, sem clareza, corre-se o risco de mover-se para direções erradas.
- Cuide de sua imagem, online e offline. Uma imagem alinhada à identidade e autoconfiança agrega valor, imagem envolve postura, comportamentos, fotografias, vestuário, acessórios sua imagem é um importante ponto de contato que deixa percepções sobre você.
- Cuidado com a forma que você se comunica oralmente e por escrito. Você está representando a sua empresa. A forma de falar também ajuda a construir uma percepção a seu respeito.
- Comportamentos – É importante que você saiba lidar com as pessoas em suas peculiaridades, respeitando suas opiniões e ideias. Ter a capacidade de elogiar, aceitar críticas, oferecer ajuda também são de extrema importância. Quando falamos de marca pessoal tão importante quanto às ações são as reações.
- Defina suas metas e objetivos em perspectiva de curto, médio e longo prazo e os siga. Quando você não tem uma visão de futuro, pode perder seu caminho facilmente e, no fim, não chegar em lugar nenhum. Gerenciar é preciso pois mudanças podem acontecer no caminho, mudanças internas e externas e você precisa saber como se posicionar em cada etapa da jornada.
Sobre o Personal Branding
O Personal Branding é uma área que completa 26 anos em 2023. O conceito criado nos EUA tem crescido em todo o mundo. Cada vez mais empresas, universidades, editoras, associações, imprensa e profissionais de diversos segmentos de mercado têm dado importância ao tema, abrindo oportunidades, expandindo as discussões e práticas, bem como, os resultados têm impactado carreiras e negócios pelo Brasil e mundo.
O Personal Branding integra estratégia, tática e ações, e trabalha a identidade, a imagem e a reputação do indivíduo, tripé essencial para a gestão de qualquer profissional, inclusive dentro das organizações, onde trabalha-se o alinhamento da marca pessoal com a marca corporativa.
Fonte: RH Portal